Dormi na roça, revi os primos roceiros, curti as aves, gado, porcos, cães e gata, muitos passarinhos.
Subi à serra na quinta-feira à noite e voltei ontem à tardinha. O suficiente para me renovar.
Os sons rurais noturnos, são para quem está acostumado: vaca berrando, sapo coaxando, galo cantando, pássaros com pios estranhos, cães latindo atrás de algo. Flauta para meus ouvidos treinados.
Às cinco da manhã estava tão frio e escuro, que ficamos mais um pouco na "cama", a relva estava lavada de orvalho, mas não havia neblina.
Nosso quartinho fica fora, onde era a queijeira, tão pequeno que só tem uma cama de solteiro, eu durmo no chão, feliz da vida.
Nosso quartinho fica fora, onde era a queijeira, tão pequeno que só tem uma cama de solteiro, eu durmo no chão, feliz da vida.
Resolvemos tomar café antes de caminhar: o "Par" fez seu habitual café preto, enquanto eu fritei pastéis de vento. Colhi goiabas e acrescentei pão 12 grãos e requeijão. O leite sai mais tarde, primo não tem pressa.
Abri todo o casarão e subimos pela estradinha repleta de pássaros, dos mais variados. Lá em cima, colhi abacates (do primo Chico, que coloquei na mochila).
Mais adiante, um milharal com abóboras: Uma delas, na beirinha da estrada, assoviou para mim! Então eu a trouxe para o almoço (não sei de qual primo é - desculpa aí, primo).
Mais adiante, um milharal com abóboras: Uma delas, na beirinha da estrada, assoviou para mim! Então eu a trouxe para o almoço (não sei de qual primo é - desculpa aí, primo).
Fiz arroz branco, couve refogada da horta do Luís, a abobrinha fiz "batitinha" à moda caipira, omeletes com bastante cheiro verde e suco de limão com mexerica.
Lá na roça, não se come nada morto desta data. Então gritei o Esposo que estava jogando (conversa fora) na vendinha. Sentamos na varanda da frente e almoçamos, apreciando a vista em 120º de esplendor (ele comeu na panelinha).
Após a "sesta" dele, fomos para o pedregal e ficamos à sombra de uma árvore, integrados: ouvindo o regato a se escorregar, participando da conversação dos pássaros.
Trouxe bananas, goiabas, nêsperas, limões, mexericas, maracujás, abacates, cheiro verde, pimentas, ervas, queijo (único produto pago).
Decoração rural: santinhos, flores plásticas, crochê, móveis antigos virados de canto.
A nona Narcisa (bisa), veio do norte da Itália aos 12 anos. Ficou dois meses no navio com o Nono e não se conheceram. Se enamoraram por estas serras, num moinho de fubá. Cá chegaram a cerca de 100 anos. Ela morreu aos 94 anos.
O patriarca nono Daniel (esposo da bisa): veio de Sassari, na Sardenha - ilha italiana. Morreu com pouco mais de 60 anos, quando minha mãe nasceu.
A mala para viajar à Aparecida do Norte (visitar a Santa). Todo ano, após a colheita do café, um ônibus pegava todo o pessoal para o único passeio costumeiro. Patrões e empregados eram quase como parentes, pois o café era de "meia" - trabalhava-se por conta própria.
O forro do casarão, e os retratos na parede. A avó quer que passemos óleo de peroba em todas as molduras.
O porta-chapeus e a cristaleira. A fresta da sala; este piso de assoalho é para pés descalços. A avó está brava porque não enceramos.
Ao pisar "martelado", faz um barulhão, tudo balança e range. E mesmo em passadas leves, ele range (delícia).
O quarto da Avó com a colcha de retalhos. veja o acendedor da lâmpada dependurado sobre a cabeceira.
O terreiro: pela esquerda, a vendinha do Luís, o paiol, o galinheiro e a casinha onde se matava e limpava porco, fazia-se sabão, torrava-se café. Belo horizonte oeste...
A varanda da frente (onde almocei) e os carros dos primos.
UMA PÁSCOA SERENA PARA TODOS VOCÊS!