19.4.17

Nutrição com perspectiva evolucionária

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O médico e pesquisador sueco Staffan Lindeberg, MD, PhD falecido no natal de 2016 (câncer de pâncreas), foi um dos pioneiros a estudar o princípio evolucionário da saúde e nutrição.
Seu denso livro é intitulado "Food and Western Disease" (alimentação e doenças ocidentais). Muito antes de todos, ele adotou uma dieta ancestral e viu seus próprios fatores de risco de doenças crônicas declinarem.
Ele ficou famoso devido ao doutoramento com o povo Kitava - Papua Nova Guiné de 1989. Uma investigação sobre a dieta e a saúde da rara cultura remanescente pouco atingida pela industrialização.
O povo Kitava não era à época, estritamente caçador-coletor, sua dieta continha amidos naturais (slow carb). Era sem grãos, laticínios, açúcar industrializado, óleos refinados e todos os alimentos processados. 
Comendo peixes, raízes, coco, não demonstraram problemas ​​de espinhas, demência, obesidade, diabetes, ataques cardíacos, AVC, mesmo em idade avançada.

10.4.17

Dieta de baixa recompensa

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O que desencadeia nossos desejos por comida e como podemos gerenciar esses impulsos?

Nossos apetites e escolhas alimentares são enviesados por circuitos cerebrais instintivos que seguem regras dum jogo de sobrevivência pré-históricos, minando nossa dieta. 
Não estamos mais num habitat onde a comida é escassa e sem sabor. Por outro lado, ninguém quer conscientemente abusar dos alimentos durante anos, obter sobrepeso / risco de diabetes (e comorbidades). 
Um dos motores mais potentes para comermos demais é a recompensa alimentar gerada nesse cérebro pré-histórico, ou a sedução ocasionada pelos alimentos hiper palatáveis (comida-conforto), que nos levam à quase compulsão. 
Minha mãe conta sobre a escassez de farinha de trigo na década de 50, após o término da segunda guerra, e as merendas sem muitos atrativos, quase empurradas goela abaixo...
Paladar indisciplinado é dádiva de nossa era atual, com tanta oferta de comida industrializada cheia de aditivos artificiais ou até receitas caseiras preparadas com ingredientes gourmet.
Quando eu era criança na área rural, haviam raros bolos batumados, feitos com apenas um ou dois ovos (para economizar); não eram muito convidativos à repetição - um pedaço saciava.
Os pães eram feitos no sábado. Na quarta-feira já estavam duros à época seca ou mofados à época úmida. Manteiga era raro, ninguém se atrevia a bater à mão por meia hora... Pão puro não convidava à segunda fatia.
O arroz era socado ao pilão na hora de cozer, para descascar. Quebrava-se todo, e na escolha (catação) sobravam alguns "marinheiros" ásperos (arroz com casca). Ficava empapado... 
As sopas da antiguidade não recebiam "caldo knorr" e nas ocasiões especiais em que havia carne, um único pedaço era permitido. Caso viessem dois ao prato, a etiqueta mandava devolver imediatamente.
Hoje, as pessoas querem o maior sabor possível e depois reclamam por estarem engordando... Oras, basta escolher (ao menos nos dias úteis) receitas de comidas mais insossas que não estimulem tanto o paladar! Receitas com recompensa reduzida.
Na era atual, a comida é simplesmente demasiado abundante, demasiado disponível e demasiado barato; então, não podemos comer tudo o que está disponível para nós em qualquer instante... precisamos praticar alguma forma de contenção!Alimentos de alta densidade nutricional como carne de órgãos (vísceras), vegetais diversos como a sopa ilustrativa (comida de verdade), fazem diminuir a fome e requerem menos lanches intermediários.
Lanches de baixa recompensa incluem cubos de pepino com casca; palitos de cenoura crua, chips de beterraba crua, alguma fruta menos doce (laranja azeda, abacate), porção de couve-flor, etc.
Outra observação importante é jantar logo após o crepúsculo, evitando comilança noturna. Além da recompensa alimentar, a qualidade do sono, ritmo circadiano, gestão do estresse e genética influem.
O quadro atual de obesidade é um problema ambiental, uma incompatibilidade entre nossa programação genética e o ambiente muito recente inundado por junk food hiperpalatavel. Desgourmetizar a comida é a chave para salivar menos! Afastar alimentos saborosos traz saciedade mais rápida, abrindo espaço para outras fontes de prazer.

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